No dia 17 agosto , é celebrado o Dia Nacional do Patrimônio Histórico, uma data dedicada à valorização e preservação da cultura, tanto em sua forma material quanto imaterial. Além de destacar a importância desses bens, o dia homenageia Rodrigo Melo Franco de Andrade, historiador, jornalista e advogado nascido em Belo Horizonte, Minas Gerais, em 1898, e criador do Serviço de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Sphan), atual Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Para reafirmar a importância desses cenários e saberes para a cultura, identidade e tradição tocantinense, a Secretaria da Cultura pontuou os principais lugares e práticas tombadas pelo Iphan e pelo Estado do Tocantins.
Um dos exemplos mais notáveis é a cidade de Natividade, na região Sudeste do Estado.
Fundada durante a expansão da mineração para o Centro-Oeste, o município preserva uma estrutura urbana colonial que reflete as transformações econômicas da região ao longo dos séculos. O conjunto arquitetônico, tombado pelo Iphan como patrimônio nacional em 1987, inclui igrejas, praças e edifícios históricos que contam a história da mineração, da pecuária e das tradições culturais que se perpetuam até hoje. No município, destacam-se outros pontos, como a Igreja da Matriz de Natividade, Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, Prédio da Antiga Cadeia Pública, Casa do Sr. Salvador José Ribeiro, Ruínas de São Luís e a Igreja de São Benedito.
Outro lugar significativo e tombado pelo Iphan em 2008, é o Centro Histórico de Porto Nacional, localizado na região central do Estado e notável por suas edificações religiosas e vernaculares, típicas dos séculos XVIII e XIX, com destaque especial para a Catedral Nossa Senhora das Mercês. Inspirada no estilo românico de Toulouse, na França, a catedral se impõe como um marco arquitetônico da cidade. Grande parte das imagens sacras foi importada da França e de Belém do Pará, o que reforça a riqueza histórica do acervo. Entre outros bens tombados no local, destacam-se o Seminário São José, o antigo Convento Santa Rosa de Lima, e o Museu Histórico Cultural.
Além das cidades históricas de Porto Nacional e Natividade, patrimônios materiais, o patrimônio imaterial também tem destaque nesse contexto. As bonecas Ritxòkò, figuras de cerâmica artesanalmente criadas pelas mulheres da etnia Karajá, no Tocantins, desempenham um papel importante na socialização das crianças indígenas, com os ensinamentos dos valores e saberes tradicionais da comunidade. Confeccionadas a partir de argila, água, urucum e ixarurina, as Ritxòkò foram declaradas como Patrimônio Imaterial da Cultura Brasileira pelo Iphan em 2012 e representam tanto a vida humana quanto elementos da fauna e do sobrenatural. Esses objetos são intimamente ligados às práticas de pintura corporal e vestuário dos Karajá. Além de seu valor cultural, as bonecas atraem o interesse dos turistas e geram uma importante fonte de renda para a comunidade.
Patrimônios tombados pelo Estado
Dentre os bens tombados pelo Estado, estão inclusos o Museu Histórico do Tocantins (Palacinho) e a Igreja Nossa Senhora do Carmo, no município de Monte do Carmo.
O Palacinho foi sede do Poder Executivo do Governo do Estado e tombado no ano de 1992. Com uma estrutura feita em madeira de jatobá, o museu abriga um acervo importante para a história da criação do Tocantins, recebendo turistas do Brasil e do mundo em suas instalações. Já a Igreja de Nossa Senhora do Carmo foi tombada no ano de 2012 e também é uma edificação de suma importância para as manifestações de cultura, fé e religiosidade locais. Construída em 1801, o local preserva uma arquitetura colonial similar ao aspecto de algumas igrejas do interior de Minas Gerais.
Governo do Tocantins pela preservação de edificações históricas do estado
No primeiro semestre deste ano, o Governo do Tocantins, por meio da Secretaria da Cultura, assinou o contrato com a empresa de engenharia licitada para a realização da manutenção preventiva e corretiva em edificações históricas do Tocantins. O documento prevê um investimento de R$ 4,5 milhões para essas ações. A parceria prevê obras na Igreja de Nossa Senhora do Carmo, em Monte do Carmo; na Igreja Nossa Senhora da Natividade e nas ruínas da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, em Natividade; no Memorial Coluna Prestes e no Museu Palacinho, em Palmas; na Casa de Cultura de Paranã; no Museu dos Povos Indígenas da Ilha do Bananal; no Museu Histórico e Cultural de Arraias, e na Igreja de São José das Missões, em Dianópolis.
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